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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Cigarro


Na confusão deste dia,
Revejo-me nas mil palavras que falei.
Doces e belas a cada momento 
De mais uma doce e terna recordação.
Abri teu peito, rasguei-o
Entornei seu sangue em mim.
Bebi-o, sorvi a tua vida
e derramei-a sobre o mundo.
Deitei-me num orgasmo
êxtase...
Olhei-te assim pálida, fria
Tão branca, tão casta, tão morta.
Inalei um cigarro,
Com a sua ponta escrevi o teu nome
No meu peito e na minha alma.
A cada brasa, tu voltavas à vida
Gritando pelo meu nome.
Eu, deixei-me ficar quieto 
Embriagado pelo teu sangue
Pela tua vida.
 
Por fim,
Levantei-me
Atirei a beata fora
Peguei em mim
E com as minhas próprias mãos
Desfiz o meu corpo
Marquei-o
Incêndiei-o
Matei-o
Fiz dele a pedra gelada
O iceberg destemido
Contra as ondas do mar
 
Agora vagueio neste mar que me cerca,
Olhando ao fundo não vejo terra
Apenas mar
O mar que me lavou o teu sangue.
M.B 

1 comentário:

  1. E pronto aí tá ele!!! Algo me dizia que irias acatar a minha sugestão e possivelmente a de outras pessoas. Agora é só dar-lhe calor todos os dias. Grande grande beijo.
    P.S.-Grande coragem tornares isto público no fuças.

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